Telê - Meio Século de Futebol Arte


Telê – Meio Século de Futebol Arte – Sou fã número 2 de Telê Santana (o primeiro é meu amigo Marcão Kubrick, são paulino doente). Li sua biografia (muito boa por sinal) e, apesar de não torcer pelo tricolor paulista, virei fã do grande Fio de Esperança (apelido de Telê e o nome da Biografia) desde a Copa do Mundo de 1982. A seleção canarinho perdeu, mas, mostrou ao mundo o que era futebol arte.


Pé-Frio, teimoso, mestre, gênio e profissional. Essas e tantas outras palavras funcionaram para os diversos entrevistados tentarem definir Telê Santana. Concordo, talvez, com todas essas demarcações. Mas, o ex-treinador da seleção brasileira em duas copas, era muito mais do que isso. A ideia de homenagear o técnico bicampeão mundial de clubes pelo São Paulo era maravilhosa e merecida. O resultado ficou bem abaixo da minha expectativa.


Os entrevistados – a lista de entrevistados para falar de Telê foi rica, importante e inclui nomes de papel fundamental na carreira do ex-técnico. A participação de Renato Gaúcho (durante muito tempo desafeto de Telê), Raí, Palhinha, Muricy Ramalho e outros tantos nomes merecem elogios. Até a participação de Eurico Miranda (polêmico como sempre em suas palavras) e do ex-jogador Nelsinho, que não eram grandes fãs de Telê, merece aplausos, afinal, ouvir os amigos é bom para uma história, porém, ao convidar “inimigos” o documentário pode ficar imperdível. Aqui nem um coisa nem outra.


“Telê – Meio Século de Futebol Arte” falha ao mostrar poucas palavras do próprio Telê Santana. Na década de 90 a televisão já possuía papel importante e o acervo fotográfico poderia ser mais rico na produção. Poucas imagens de suas vibrações nas vitórias ajudaram para que eu ficasse com a sensação de que o documentário ficou superficial.


O pequeno tempo do documentário – pouco mais de 70 minutos – deixa a sensação de quero muito mais do que foi apresentado, afinal, ele foi ótimo jogador, ótimo técnico e ótimo profissional. Merecia um filme triplo, sem dúvida alguma.


Uma falha inaceitável do documentário - Ao abordar o tema Copa do Mundo de 1982, o documentário informa em texto que a seleção ao perder o jogo da Itália, e ser desclassificada do campeonato, perdeu o sonho de ser tricampeã mundial de futebol. Erro grave para um documentário. O Brasil, naquele momento, já tinha sido campeão em 1958, 1962 e 1970. Ou seja, buscávamos o tetra, que só viria com a geração de Romário em 1994.

Um elogio ao filme fica por conta da poesia narrada no subir dos letreiros finais, ou seja, nos acréscimos do jogo o filme tenta vencer o jogo. Mas, não dá mais tempo.

“Telê – Meio Século de Futebol Arte” se fosse um clube de futebol estaria na segunda divisão.

Quem gostar de futebol, documentários e história verídica assista Pelé Eterno. Esse sim um filme de primeira divisão com riqueza de imagens e informações.

Iria dedicar esse texto ao meu amigo Marcão Kubrick, mas, acho que assim como eu ele irá ficar decepcionado com o longa-metragem. A homenagem ficar para outra produção.


Sinopse – Com depoimentos de familiares, amigos, parceiros e jogadores que estiveram por toda a carreira de Telê, o filme narra a trajetória do mestre durante os 50 anos que atuou, trazendo um personagem forte e polêmico dentro e fora dos campos. Dos tempos como jogador, passando pelas Copas de 82 e 86, até chegar as glórias no São Paulo Futebol Clube, onde se consagrou e criou a chamada "Era Telê".

Filme: 2,5 pipocas

1 pipoca – péssimo
2 pipocas – ruim
3 pipocas – razóavel/regular
4 pipocas – bom
5 pipocas – imperdível

10 comentários:

Rosane Marega disse...

Não sou muito fã de futebol, mas é muito legal ficar por dentro das grandes emoções que ele provoca.
BeijosSSSSS

! Marcelo Cândido ! disse...

Grande técnico !!!

Guará Matos disse...

Foi um belíssimo treinador, infelizmente cometeu deslizes terríveis: Waldir Peres, Serginho Chulapa...

Abraços.

Hugo disse...

Mesmo não tendo sido campeão quando dirigiu meu time por duas vezes, tenho de concordar que Telê foi um dos maiores treinadores do país.

A seleção de 1982 foi algo fantástico.

Um tributo merecido.

Abraço

♪ Sil disse...

Ahhhh, não sou fã de futebol, mas tá valendo rs.

Renato, deixa te contar (já devia ter passado aqui, mas o tempo é meu inimigo):

Menino de Deus...como eu choreiiiiiiiiiiiiiiii vendo o DVD do menino do pijama listrado.
Lindoooooooo, lindo...mas que triste Renato. Fui literalmente as lágrimas, e doeu demais em mim ter que reviver aquela época tão maldita das cameras de gás.

Mas amei, amei..

Um beijo meu amigo querido!

Marcão Kubrick disse...

Não vou comentar sobre Telê, mas sim sobre a sua crítica ao filme que é, mais uma vez, muito rica.

Estou maluco para ver o filme e acredito que, quando fazemos filmes biográficos SEMPRE haverão injustiças ou lacunas que uma película, mesmo que tenh 180 minutos, não vão conseguir preencher.

Telê era um cara desses, que nem um filme de 03 horas vai conseguir abranger a GRANDEZA que esse cara trouxe para o futebol.

Era um cara que ensinava jogar a chutar com os dois pés, a cruzar de cabeça erguida além de ser MESTRE na armação das equipes de acordo com o adversário.

Tive o prazer de assistir praticamente TODAS as partidas dele quando técnico do SPFC no Morumbi e sua melhor característica NÃO era ganhar campeonato mas a de fazer o torcedor ter a certeza indo pro estádio que veria um time JOGANDO FUTEBOL bonito, qualquer que fosse o placar final.

Valeu Telê!!!

Valeu Renatão!

Abraço

JhonSiller disse...

Eu vi uma matéria sobre em um desses progamas de esporte. Me parece um bom documentario

Renato Oliveira disse...

Tenho certeza que meu pai adoraria este documentário. :)
Apesar de não ser um gênero que me atrai muito, tenho pensado sobre alguns documentários nacionais muito bons que tem sido lançados atualmente. É válido que outros ainda surjam, valorizando partes de uma cultura que é nossa.

Ah sim, e concordo contigo, "Não Matarás" e "Não Amarás" são dois trabalhos fascinantes do Kieslowski junto com "O Decágolo" que também acho surpreendente, dentre eles a história sete.

Boa semana! um abraço!

Anônimo disse...

adoro lembrar do telê...ético, líder, um exemplo de profissional...que pé frio o que!!!rsss
bjs da usa irmã querida
Lu

Anônimo disse...

Estava muito empolgado para assistir ao documentário sobre o mestre Telê Santana.
Mas confesso que nem consegui assistir até o final.
O documentário é, basicamente, depoimentos. Rasgação de seda e poucas imagens. Só isso.
Uma grande história como a de Telê merecia coisa melhor.