"Uma ideia na cabeça e uma câmera na mão"

Não sou fã número 1 de Glauber Rocha, entretanto, não posso negar que sua frase: “Uma ideia na cabeça e uma câmera na mão”, é muito mais importante no mercado do cinema do que os futuros cineastas pensam.
Ao terminar de ver o filme “A Origem” de Christopher Nolan, me pergunto por onde andam as ideias originais na sétima arte. Cansei-me de produções que precisam explicar ao público a história do início ao fim. Anos atrás, ao terminar de ver “Cidade dos Sonhos” de David Lynch, fiquei encantado com a história de amor e ódio proibida e insana. Um filme onde ninguém entendeu nada e mesmo assim amou a trama e seu roteiro ilógico e imperfeito.
Os cineastas de todo mundo precisam voltar às origens. O cinema precisa lembrar seus primeiros passos onde magia e imaginação eram partes importantes da história. Se não tivessem criatividade e loucura por roteiros espetaculares, Charles Chaplin e Alfred Hitchcock não teriam se tornado gênios.
Por isso decreto: chega de mediocridade, The End para as cópias de ideias e falta de originalidade. Vamos aplaudir os mestres da ousadia e do novo. Vamos obrigar os produtores e diretores a fugirem dos padrões óbvios.
Ainda existem diretores que buscam esse mercado “diferente” e se dão ao luxo de serem livres para buscar roteiros originais, são raros, mas existem. No mercado internacional, além dos que citei acima, dou meus parabéns para: Richard Kelly (Donnie Darko e A Caixa, duas obras-primas), Darren Aronofsky (Requiem para um Sonho), além do principal símbolo dessa genialidade atual, pelo menos em minha opinião, Quentin Tarantino (Pulp Fiction).
No cinema nacional não percebi ninguém com esse perfil, pelo menos no grande mercado. E
m termos de produções alternativas, cito Sérgio Concilio e seus poderosos curtas-metragens em Super-8. Além do trabalho de Concilio gosto também de Jorge Furtado. Seu trabalho merece destaque dentro uma cultura nacional, que merece parabéns por diversos pontos, em compensação merece críticas por sua falta de personalidade em termos de inventividade no assunto roteiro.
Vamos dar prêmios por scripts criativos, ousados e insanos. Somente assim teremos a possibilidade de que a frase de Glauber Rocha continue sendo ícone de que com uma câmera na mão e com um cérebro na cabeça poderemos fazer algo que marque ou toque a vida de
alguém.

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