Cinema, a arte da emoção

O Orfanato – Existem diretores que quando colocam seu nome em uma produção isso significa qualidade, talento, ousadia ou algo acima da média. É difícil chegar a esse patamar. Nos dias atuais poderíamos citar: Quentin Tarantino (Cães de Aluguel), Robert Rodriguez (A Balada do Pistoleiro) e Woody Allen (A Rosa Púrpura do Cairo).Guilhermo Del Toro, após o enorme sucesso mundial de O Labirinto de Fauno (com diversas indicações ao Oscar) conseguiu também transformar seu nome em sinônimo de status. O Orfanato não foi dirigido por Del Toro (ele fez apenas a produção), mas seu estilo está impregnado a cada instante da produção.

Apesar de utilizar alguns símbolos que já vimos em outros filmes como: o retorno à casa mal-assombrada, o filho que vê fantasmas, os macabros desenhos infantis, o personagem mascarado que deve virar action-figure, entre outros, o filme prende o espectador através de uma sufocante fotografia que nos leva para dentro do orfanato. Outros acertos importantes do filme foram à trilha sonora e o elenco infantil, soberbos.

Se me decepcionei com o trabalho de Del Toro na literatura – seu trabalho no livro Noturno, não me agradou – nessa produção o oposto ocorre. Fui sem esperar nada espetacular e fui apresentado a um trabalho acima da média, que deixa o público angustiado a cada segundo. Uma verdadeira obra-prima da sétima arte.

Tem semelhanças no estilo, mas é muito superior, a outro filme espanhol, A Espinha do Diabo (direção também de Guillermo Del Toro). Quando se fecha o ciclo e descobrimos tudo o que realmente aconteceu dentro da casa e com o pequeno menino, percebemos que às vezes nossa falta de sensibilidade atrapalha nossos sentimentos e desejos.

Encontre sua infância perdida no orfanato e fique de olhos bem abertos nesse suspense obrigatório para quem gostou do estilo O Bebê de Rosemary. Seja surpreendido.

Sinopse - No roteiro do filme Laura assume o orfanato do título, onde passou parte da sua infância. Ali ela planeja, ao lado do noivo e do filho adotado, construir uma espécie de retiro para crianças com necessidades especiais. Quando era criança, Laura foi adotada e deixou para trás as amizades que conquistara no orfanato - o retorno se desenha, portanto, como uma espécie de acerto pessoal. Os problemas começam quando o filho de Laura, Simón arruma amigos imaginários. No dia de uma grande festa, Laura, cansada das invenções de Simón, não lhe dá ouvidos sobre os tais amigos. O menino então desaparece. Laura entra em desespero. Passam-se meses e nada de notícias - resta à mãe investigar o sumiço, o que a leva a descobrir coisas escabrosas sobre o orfanato.

Filme: 5 pipocas

1 pipoca – péssimo

2 pipocas – ruim

3 pipocas – razóavel/regular

4 pipocas – bom

5 pipocas – imperdível