O Vencedor


O Vencedor – Como eu posso apreciar um filme que utiliza boxe como enredo, se eu odeio o esporte? Como bater palmas para cenas de luta corporal quando eu abomino violência por “entretenimento”? Simples: basta realizar uma produção caprichada onde o boxe e a violência são apenas detalhes para um objetivo mais amplo, construtivo e profundo.


Com sete indicações ao Oscar e baseado em história real o longa-metragem “O Vencedor” é um filme imperdível para quem aprecia histórias que envolvem sofrimento, superação, traumas, amor e família. Não existem heróis ou vilões, apenas seres humanos, com suas falhas e qualidades. Seus egoísmos e compaixões. Uma aula de vida, de humanidade. Aqui é difícil ao público torcer por algum personagem. Afinal, como todos nós, os personagens possuem falhas....e qualidades.


Diversos são os momentos que “O Vencedor” me fez lembrar o clássico “Touro Indomável”. O enredo dramático onde o sofrimento e a angústia estão à flor da pele, principalmente no quesito familiar.


Outro fato que me fez lembrar a obra de Martin Scorsese foram os desempenhos dos atores. Robert De Niro mereceu vencer o Oscar de melhor ator por sua atuação impecável como Jack La Motta e podemos dizer o mesmo de Christian Bale (“O Império do Sol”) ao vencer o prêmio por sua atuação em “O Vencedor”. Melissa Leo (“21 Gramas”) também levou o Oscar, de forma merecida, como atriz coadjuvante por seu trabalho. Os atores se entregaram aos personagens de corpo e alma. Uma aula de interpretação, de praticamente de todos os intérpretes.


A direção segura e competente David O. Russel (“Três Reis), também indicado ao Oscar, merece aplausos entusiasmados. A edição caprichada de “O Vencedor” é outro ponto do filme que é acima da média.

O roteiro, cativante e envolvente, é mais um quesito confiável da produção. Ele não deixa o público tirar os olhos da tela antes do final.


“O Vencedor” me pegou de calça curta. Achei que veria um filme interessante, instigante e com boas interpretações. No final percebi que tinha assistido a uma produção que além de ter correspondido ao que eu esperava conseguiu também me chocar, me emocionar e me cativar muito.


Para não dizer que só me lembrei de “Touro Indomável” diria que o relacionamento familiar, tão complicado, me fez recordar vagamente de “O Campeão”. A superação me fez lembrar de "Menina de Ouro". Duas produções imperdíveis e obrigatórias.


Mulheres: esqueça o esporte Boxe, a luta do roteiro é muito mais profunda.


Sinopse - 1993. Dicky Ecklund (Christian Bale) teve seu auge ao enfrentar o campeão mundial Sugar Ray Leonard em uma luta de boxe, colocando a pequena cidade de Lowell no mapa. Até hoje ele vive desta fama, apesar de ter desperdiçado a carreira devido às drogas. Micky Ward (Mark Wahlberg), seu irmão, tenta agora a sorte no mundo do boxe, sendo treinado por Dicky e empresariado por Alice (Melissa Leo), sua mãe. Só que a família sempre o coloca em segundo plano em relação a Dicky, o que impede que Micky consiga ascender no esporte. A situação muda quando ele passa a namorar Charlene Fleming (Amy Adams), que o incentiva a deixar a influência familiar e tratar a carreira de forma mais profissional.


Filme: 4,5 pipocas


1 pipoca – péssimo
2 pipocas – ruim
3 pipocas – razóavel/regular
4 pipocas – bom
5 pipocas – imperdível

12 comentários:

Guilherme Z. disse...

Sinceramente eu não gosto de filmes sobre lutas de boxe, não me prendem a atenção, mas para "O vencedor" tenho que dar o braço a torcer. Roteiro e interpretações excelentes. Um filme para rever de tempos em tempos.

http://acervodocinema.blogspot.com
http://memoriadasetimaarte.blogspot.com

Cristiano Contreiras disse...

É um ótimo filme, ainda que ache que o roteiro seja muito parecido com diversas tramas de boxe + superação. Sem dúvida, Melissa Leo e Bale estão em momentos inspirados!

abraço!

Emmanuela disse...

Sua comparação ao brilhante "Touro Indomável" aumentou minha vontade de conferir "O Vencedor". Até!

! Marcelo Cândido ! disse...

Muito bom mesmo
Antes de ir para os "ringues", as cenas são um embate total
!!!

Rosane Marega disse...

Eita, estava com saudades de poder comentar aqui, ate que enfim, parece que o blogger voltou ao normal.
A dica do filme parece ótima.
Levo a dica e deixo um montão de beijos...vai que o blogger resolve endoidar de novo Né.
BeijosSSSSSS

Tô Ligado disse...

Será meu programa para o proximo fds!

Rafael W. disse...

Um filmão, que usa o boxe como pano de fundo pra contar uma tipíca história familiar, um pouco convenciona, mas sincero em sua realização, e com grandes interpretações de todo o elenco, destacando Bale e Leo.

http://cinelupinha.blogspot.com/

Guará Matos disse...

A criatividade é cenário para que o foco seja apenas da arte.

Abraços.

Jacques disse...

Como disse a Sara do seriado C.S.I. "a luta de boxe consiste em dois caras se esmurrando para ver quem fica com mal de Parkinson primeiro...".
Também abomino o boxe, mas se este filme vai muito além dele, como você disse, então a sugestão fica anotada.
Valeu.
Até mais.

♪ Sil disse...

Muito além de pegar suas dicas valiosas, vim te deixar um abração Renato.
É meio clichê, mas digo:

Eu te acho um querido!!!

Beijoooo

(Que bom que o blog me deixou comentar hoje rs)

Marcos disse...

Olá Renato,

Sou leitor do Cinema, a arte da emoção e sou cinéfilo de carteirinha. Eu estou mandando esse email porque estou trabalhando numa empresa que desenvolveu um portal sobre cinema - o Cinema Total (www.cinematotal.com). Um dos atrativos do site é que você cria uma página dentro do site, podendo escrever textos de blog e críticas de filmes. Então, gostaria de sugerir que você também passasse a publicar seus textos no Cinema Total - assim você também atinge o público que acessa o Cinema Total e não conhece o Cinema, a arte da emoção.

Se você gostar do site, também peço que coloque um link para ele no Cinema, a arte da emoção.

Se você quiser, me mande um email quando criar sua conta que eu verifico se está tudo ok.

Um abraço,

Marcos
www.cinematotal.com
marcos@cinematotal.com

Elton Telles disse...

Dae Renato!
Também gostei de "O Vencedor". Sinceramente, não esperava nada pelo filme, mas se revelou uma bela surpresa. O. Russell está em total sintonia com a história e dirige seus atores com muito empenho. O elenco está irretocável, concordo que mereceu os dois Oscars recebidos.

abs!