O Poderoso Chefão


O Poderoso Chefão – Quando trabalhei na redação da Revista de Cinema aprendi que a correria do dia a dia faz com que o leitor precise receber informações de forma rápida e resumida. Entretanto em alguns casos precisamos entrar em detalhes e o texto acaba necessitando de mais palavras. No meu blog, até hoje, tentei fazer comentários velozes e breves, apesar de sempre defender minha visão de forma vibrante.


Entretanto acho que o melhor filme da minha vida merece e exige um texto mais minucioso, se é que posso usar essa palavra. “O Poderoso Chefão”, dirigido por Francis Ford Coppola (“Apocalypse Now”, outro filme que adoro) é de uma riqueza tão grande que transborda qualquer oceano cinematográfico.


Mas, aviso: o filme precisa ser visto no dia certo, na hora sensata, no momento adequado. Digo isso porque eu mesmo tentei assistir ao longa-metragem antes de estar preparado e não conseguia terminar o décimo minuto de exibição. Quando me dei presente o “O Poderoso Chefão” num dia inspirado me apaixonei na hora.


A produção começa com uma grande festa que, de certa forma, convida o expectador para penetrar e conhecer a família Corleone. Porém, se você entrar em “O Poderoso Chefão” e for até o final da festa será impossível você não querer conhecer e abrir cada segredo da família mafiosa mais conhecida da literatura e do cinema.


Baseado no livro de Mario Puzzo (que é bom, mas não espetacular como o filme de Coppola) a saga da família Corleone é uma aula de como construir um roteiro inteligente, envolvente, rico e emocionante. Se a festa de casamento nos apresenta uma família “feliz”, unida e cheia de amigos, aos poucos somos obrigados a conhecer raízes maldosas, cruéis e violentas dos próximos a Don Vito Corleone (Marlon Brando, de “Don Juan de Marco”). A partir desse momento nossa paixão e ódio por eles aumentam ainda mais, não deixando com que ninguém deixe de se envolver com a saga e queria descobrir o final. O crescimento do personagem de Michael Corleone (Al Pacino, de “Perfume de Mulher”) no filme é uma aula de como se construir um personagem de forma correta e intensa. James Caan (“Rollerball”) e seu Sonny Corleone são o símbolo máximo de quanto o lado familiar terno e revoltoso andam juntos. Mas, todo o elenco merece mais que parabéns, merecem aplausos fortes e calorosos.


O final é duro, cruel e amoroso, como a vida de todos nós. Na trama temos momentos de conquistas, perdas, sofrimentos, amores, traições. Tudo o que existe na vida real, infelizmente ou felizmente, está presente na obra de Coppola.


Falar na trilha sonora é elogiar a beleza do luar em noite de lua cheia. Todos já conhecem mesmo quem não assistiu. Canções símbolos de uma produção que sabe da importância da emoção através da música e da melodia. Trilha sonora que faz um papel importante na trama, um personagem sem rosto e com enorme inspiração e talento.

Não poderia terminar o texto sem elogiar a cena que mais gosto, a cabeça do cavalo sobre a cama. Quando não se conquista com amor, se conquista pela dor. Aqui torcemos pelos vilões sem medo ou remorso. Cinema e arte são para nos dar a liberdade do livre arbítrio. Afinal, cinema é a arte da emoção.

Sinopse – Apesar da violência, O Poderoso Chefão é primeiramente um filme sobre o poder da lealdade e do amor na família Corleone e na comunidade em que eles vivem. A história se inicia com o casamento de Connie (Talia Share), a filha de Don Corleone (Marlon Brando). Como um senhor feudal, ele recebe os cumprimentos e promessas de lealdade da família e de clientes. Os outros filhos de Corleone estão presentes: o sangue-quente Sony (James Caan), o mais velho que irá substitui-lo, e Fredo (John Cazale), que não se adequa aos negócios da família. O preferido de Corleone é o filho mais novo, Michael (Al Pacino), que voltou como herói da II Guerra Mundial e não tem nenhum envolvimento com a máfia. Porém, devido à incapacidade do pai, se vê forçado a assumir a liderança da família, contrariando o que Corleone queria para seu futuro.

Filme: Pipocas inifinitas
1 pipoca – péssimo
2 pipocas – ruim
3 pipocas – razóavel/regular
4 pipocas – bom
5 pipocas – imperdível

21 comentários:

Gabriel Neves disse...

Taí um filme que eu preciso ver urgentemente mesmo. Até a próxima semana não passa.
Abraços (:

Guará Matos disse...

Um filme de excelência realmente.
Showwwwwwwwwww!
Abraços.

Cristiano Contreiras disse...

Um filme denso, clássico-mor do cinema! Eu concordo quando você define ele como "cruel", pois é bem isso...humano e fortemente cruel!

Um marco!

Ah, eu sou um dos poucos que discorda dessa visão de que na internet devemos ter textos breves e rápidos. Odeio superficialidade. Se estiver com vontade, escreva 1 página ou 4 aqui! Nao importa, se achar melhor e o filme pedir, faça.

Abraço!

Foose disse...

Sou suspeito pra falar pos é de longe um dos meus filmes preferido. É perfeito em todos sentidos, os atores brando, pacino, caan, durval... todos com grandes atuações. E ainda com a regencia de coppola... perfeito!


Um grande abraço...

Priscilla Marfori... disse...

Tiro o chapéu!

B-Jos.

Anônimo disse...

Ótimo filme, em todos os quesitos.Falo brincando com os amigos que O Poderoso Chefão e Star Wars não são apenas filmes, são filosofias de vida rs

imperdível!!

abraços!!

quaresma. disse...

olha, eu confesso que nem li o texto ._. mas farei isso assim que eu voltar do trabalho.
é que eu estava com pressa pra dizer que assisti 'mary e max' e só amei o filme *---------------*

obrigada pela dica, muito obrigada pelos elogios e eu preciso dizer que também amo vir aqui?! (:

beijas, eterno :*

Tô Ligado disse...

Sou louco para assistir esse filme!

júpiter disse...

adorei o "pipocas infinitas"
quando vi que era sobre o poderoso chefão, pensei "ele vai dar 5 pipocas, não é possíveL!" E foi além né?
clássico!

beijos

MOISÉS POETA disse...

Impossivel não Gostar de o Poderoso Chefão. Tenho a Trilogia em Casa para meu deleite.

Que não Assitiu esta Perdendo uma Joia Rara.

Abraços , Renato!

JhonSiller disse...

Ai esse filme realmente é ótimo!

Fábio Henrique Carmo disse...

Esse é um dos filmes sobre os quais provavelmente jamais irei escrever. É difícil falar algum coisa sobre ele que já não tenha sido falada.

Uma obra-prima indiscutível. Um dos melhores filmes da história do cinema (para muitos, o melhor) e uma das grandes obras de arte do século XX!

Abraço!

quaresma. disse...

uai, eu vim aqui e li o texto e não comentei?! como assim?! '-'
bem, tô aqui esperando o dia certo (?) pra poder assistir esse filme (:

beijas, eterno :*

Ricardo Morgan disse...

Esse filme é fodástico! Sensacional! Bom texto! Entretanto, não é o melhor que eu vi, mas está no meu TOP 20. Abraços

Renato Oliveira disse...

Oi Renato!

Muito pertinente o que tu diz sobre assistir determinados filmes nos dias certos. Estava pensando sobre.
Acho que ontem era um dia errado para ver "Mar Adentro", e preciso encontrar um dia propício para ver "O Poderoso Chefão". Que ótimo que as férias estão aí! ;)

Mas então, tu chegou a ver "A Suprema felicidade"?
O lançamento gerou (e ainda tem gerado) opiniões bem adversas mesmo. Inclusive, várias pessoas escreveram no post sobre comentários desfavoráveis ao trabalho. Eu confesso que há vários detalhes que me atrairam!

Bom final de semana!

Abraços

♪ Sil disse...

Renato,

E você acredita que eu não vi esse filme? Já o tive nas mãos e nada.
Relaxo, puro, confesso.

Mas vou ver, juro, juro.
Me sinto fora desse mundo por não ter visto um filme que toda a humanidade viu.



PS: meu querido...eu aprendi tantas coisas com essa palavra:

- - TEMPO - -

Ahhh Renato...tantas dores já tive, mas sou a prova viva que ele resolve, alimenta homeopaticamente, e cura.

Tempo meu querido, e tudo, mas tudooooo se ajeita.
Quer apostar rs???


Um beijoooooooooooooo!!!

júpiter disse...

A minha começou e terminou exatamente do mesmo jeito.
Preciso de café, e companhia.

te procurei no twitter, mas não achei.

Amanda Aouad disse...

Devia estar em um dia inspirado então, hehe, porque amei o filme da primeira vez que vi. Tanto que depois tive a paciência de rever no DVD com a opção comentários do diretor. É interessante como aula de cinema. A cada cena, ouvimos a voz de Coppola explicando como fez, porque escolheu tal ângulo, qual dificuldade teve, etc... Uma experiência que recomendo apenas uma vez na vida.

abraços

Rodolpho Padovani disse...

Como todo mundo, é claro que eu já ouvi falar desse filme, mas confesse que ainda não tirei um tempo para vê-lo, talvez ainda não tenha chegado meu momento certo de assisti-lo e quero apreciar tudo isso que você descreveu quando eu o fazer.
Ótima crítica.

Abraços!

Luiz Santiago (Plano Crítico) disse...

O filme é um dos topos da minha lista!

E sua crítica merece tantos aplausos quanto o poder da obra.

Parabéns.

Elton Telles disse...

Olá, Renato!

Obrigado pela visita no Pós.Première. Volte quando quiser. Posso add seu link na minha página?

Belo texto para um belo filme. Concordo em absolutamente tudo com suas impressões. Não gostava tanto de Penn como diretor - não gosto nem de "A Promessa", muito menos "Acerto Final" - mas com "Na Natureza Selvagem", o ator se mostou um cineasta completo! Fez uma adaptação exemplar do livro de Krakauer e constriu um filme denso, com emoção, com sentimento, com oxigênio, com tudo. É um filme perfeito.


abraço!