CONTA COMIGO



Como podemos demonstrar ao mundo  que a perda de um amigo é insuportável? De que forma podemos definir a dor de uma despedida que a vida nos obriga a fazer num sepúlcro? Definitivamente não sei lidar com o amargo, inevitável e cruel sofrimento que o falecimento de um amigo/irmão (e não colega) me traz. Meu coração, talvez sentimental ou frágil demais, não tem suporte suficiente para suportar a dor de carregar uma pessoa querida em seus últimos passos ao destino solitário que o espera na passagem do mundo insano em que vivemos, para o paraíso (hoje torço ainda mais para ele existir).
 
Refleti muito sobre que obra cinematográfica representaria, simbolicamente, meu falecido amigo. Em primeiro momento me lembrei do meu filme predileto: "O Poderoso Chefão". Afinal, no terceiro filme (mesmo sendo o pior da trilogia, existe momentos memoráveis) a cena em que Michael Corleone chora, grita e se desespera ao ver sua filha morrer em seus braços, poderia de alguma forma ser uma representação do que eu estou sentido em meu peito. O desespero, interno, que não tem som, nem volume, é perfeita nesta imagem estrelada por Al Pacino.
 
Porém, aos quarenta e cinco minutos do segundo tempo, lembrei de que meu companheiro não poderia ser melhor representado do que uma abordagem ao filme "Conta Comigo".  Esse pequeno clássico resume bem o que foi nossa juventude. Fomos quatro companheiros (nos chamavamos de 4 cavaleiros do apocalipse) inseparavéis, que vivemos grandes aventuras e que, desumanamente, o destino, nos separou.
 
O primeiro a abandonar o grupo foi MYN que foi ao Japão, buscar novos horizontes e novas trilhas por seu caminho pessoal. O trio restante (Eu, ESM e RSR, porém, sempre mantivemos contato e bons papos sobre os agradáveis momentos que vivemos juntos, afinal, como o próprio narrador do filme "Conta Comigo" diz no final: "Eu nunca mais tive amigos como os que eu tive quando eu tinha 12 anos" e como no filme pergunto novamente: E Alguém tem?


Um amigo que ligou do outro lado do mundo, categoricamente, ao descobrir que eu tinha sofrido grave acidente de carro em 2008. Gastou uma fortuna de telefone para saber o estado de saúde de um irmão. Um gesto desse tem preço? Vale mais do que mil palavras ou poesias.


O que posso dizer é que a sinopse do filme representa bem a descoberta que tivemos juntos: união, cigarros, bebidas, ou seja, aventuras. Nós vivenciamos uma verdadeira saga de Indiana Jones adolescente, assim como os personagens do filme. Viagem única e inesquecível.
 
Não tenho coragem, hoje, de dar grande opinião pessoal alguma sobre essa pequena obra-prima da minha geração. Só posso elogiar a trilha sonora, as atuações marcantes dos quatro protagonistas e o roteiro. O resto fica pequeno de mais para o momento ou grande demais para eu ter condições de avaliar. Só posso garantir que quem teve amigos de verdade na infância, e não assistiu o filme, corra. Quem viu, faça como eu, veja novamente. Afinal é sempre bom relembrar a infância e grandes amigos.
 
Link para a música que simboliza "Conta Comigo" http://www.youtube.com/watch?v=QxRyPKYlIsc
 
 
Edgar Silveira Mesquita um amigo que deixará saudade, quem o conheceu sabe que ele era amigo fiel, como seu próprio pai o definiu. Um vazio enorme está em meu coração (hoje pequeno).
 
Sinopse - Em uma pequena cidade florestal do Oregon, quatro amigos - o sensível Gordie (Wil Wheaton), o durão Chris (River Phoenix), o destemido Teddy (Corey Feldman) e o acovardado Vern (Jerry OConnell) - estão à procura do corpo de um adolescente desaparecido. Querendo ser heróis diante dos amigos e aos olhos da cidade, eles partem numa inesquecível viagem de dois dias que se transforma em uma odisséia de autodescoberta. Eles fumam escondidos, contam casos assustadores e descobrem que precisam ficar unidos e encontrar forças que nem imaginavam possuir. Conta Comigo é um filme raro e especial sobre a amizade e as indeléveis experiências do crescimento. Cheio de humor e suspense, o filme é baseado no romance "The Body", de Stephen King.

Edgar Silveira Mesquita: 10 pipocas e 10 abraços
 
 
 
Filme: 6 pipocas
 
1 pipoca - péssimo
2 pipocas - ruim
3 pipocas - razoável / regular
4 pipocas - bom
5 pipocas - ótimo






24 comentários:

Fábio Henrique Carmo disse...

Antes de tudo, meus sentimentos, Renato. A morte já é dolorosa, quando o que se vai é ainda jovem, o peso é sobremaneira maior. Que Deus receba seu amigo em paz e com muitsa bênçãos.

Sobre o filme: curioso que eu estava relembrando "Conta Comigo" com um colega de trabalho hoje. Um dos melhores filmes baseados em obras de Stephen King. Belo texto!

! Marcelo Cândido ! disse...

Clássico, Renato
Infelizmente, as pessoas se vão!!!

Amanda Aouad disse...

Sinto sua perda, realmente, um amigo fica sempre em nosso coração e uma ida prematura dói ainda mais. Ainda bem que temos o cinema para representar nossas pequenas e grandes dores, quando perdi minha mãe ano passado, foi nos filmes também que encontrei as representações para ajudar na dor.

bjs

Clenio disse...

Belíssimo filme e belíssimo post. Realmente perder um amigo deve ser uma dor terrível, mas é um consolo saber que ao menos ele teve uma adolescência feliz e amigos fieis.

Abraços
Clênio
www.lennysmind.blogspot.com
www.clenio-umfilmepordia.blogspot.com

Anônimo disse...

Como sempre o Grande Renato nos brinda com mais uma super analogia entre vida real, cinema e futebol. Apesar de ser por um momento triste e de reflexão, nos leva a viajar e admirar mais uma declamação de grande inteligencia e coerência.

WOS

Tô Ligado disse...

Cara... estou carente de um excelente filme há tempos...

Ro Soares disse...

nossa um excelente filme, muito bem escrito você como sempre descreve muito bem, sinto muito pela perda do seu amigo sei bem como é triste perder uma pessoa tão importante na vida da gente.
é sempre bom refletirmos sobre nossas verdadeiras amizades as da infância momento tão importante em nossas vidas.abç.

Rodrigo Mendes disse...

É um daqueles filmes inesquecíveis, Renato. Assistir dublado, BKS, na Sessão Da Tarde pela primeira vez, é algo marcante.

Sei também o que é perder alguém.

Grande Abs!

Anônimo disse...

Realmente, é difícil descrever algo, neste momento que a emoção fala alto.
Bela e linda homenagem ao Edgard, seu sorriso, jamais será esquecido em meu coração.
Parabéns pela dedicação....beijoss
Renata Alves

Anônimo disse...

Primeiro o filme é espetacular assitir várias vez e marcou minha adolescência e como vc já disse tudo sobre esse lindo filme, nesse texto maravilho não tenho mais nada a acrescentar

Sônia Alves

J. BRUNO disse...

Confesso que fiquei emocionado com a resenha Renato, eu também perdi um grande amigo e de uma forma terrível e que surpreendeu a todos que eram próximos á ele... Você escolheu o filme certo para prestar homenagem ao seu amigo, "Conta Comigo", como nenhum outro, fala destas amizades verdadeiras que nos marcam e são capazes de nos tocar mesmo depois de tempos de separação... Lhe desejo força para superar a perda. Forte abraço amigo!

Tsu disse...

Oi Renato.
Primeiramente, meus sentimentos...imagino o quão sofrido deva ser a perda de um amigo tão querido. É normal que amigos venham e vão devido ás circunstâncias da vida mas quando eles vão devido á inevitável morte, isso sim é realmente doloroso.
Sua homenagem foi bela, no momento sei que nenhuma palavra será o suficiente para ajudar nessa perda, somente o tempo irá amenizá-la.
E seu amigo SEMPRE estará vivo dentro de você. Através de todas lembranças e aprendizados que lhe deixou.


Sim, eu não me esqueci do Coringa..a vez dele vai chegar kkkkk.
bjs

Gilberto Carlos disse...

Um filme maravilhoso que também acabou virando clássico na Sessão da Tarde. A música Stand by me é inesquecível, bem como a participação de River Phoenix.

Unknown disse...

ótimo texto, amigo. Sinto pelo seu amigo, mas a vida costuma pregar peças. Sem dúvidas, Conta Comigo é um dos filmes que retrata com mais eficiência a amizade sincera. Sem mais.

Abração!!

Tanise Silveira disse...

lindo texto, deve ser muito lindo o filme também.
sem palavras...
tem coisas na vida que são inevitáveis, mas a vida mesmo, nos ensina a lidar com isso.
beeeijos, e meus sentimentos. *-*

Joicy Sorcière disse...

Renato, achei linda a forma como vc escreveu seu texto, ligando um filme clássico(que eu curti muito), com esse fato triste e marcante em sua vida. Diferente e linda postagem...

Estava com saudades. Acho que agora voltarei de vez à blogosfera. Assim espero. rs

bjks JoicySorciere => CLIQUE => Blog Umas e outras...

Gui Barreto disse...

Oi Renato! Lindo o filme, lindo o texto. Obrigado por compartilhar conosco sua emoção. Conta Comigo é uma das produções cinematográficas que me pegam de maneira especial. Não dá pra sair ileso de uma sessão desse filme, principalmente quando se sai de casa cedo e se sabe como é deixar amizades verdadeiras pelo caminho da vida. Eu tbm já postei uma crítica sobre ele no 1/3, mas faz muito tempo...parabéns pelo blog!! Ótimo!!

Abrs. Gui!

Guilherme Barreto
1terco3.blogspot.com

Unknown disse...

Nossa Renato, sua postagem me emocionou cara.
Primeiramente meus pêsames pelo seu amigo.
E segundo, você lembrou de um filme que me marcou muito, como você mesmo disse, essa obra retrata de maneira perfeita o que é amizade, e toda essa fase de descoberta da passagem da infância, adolescência...
Um filme para se levar pro resto da vida.

Fique em paz.
Abraço.

Wagner Woelke disse...

Assisti este filme quando era pouco mais que um adolescente, e fiquei muito tocado.
Parabéns pela lembrança.
Wagner Woelke

Maxwell Soares disse...

Poxa, Renato. Estou paralisado, cara. Que bela história. Que Quarteto fantástico. Imagino a dor que estejas sentido. "Há amigos mais chegados do que irmão". Deu pra perceber isso não tua escrita. Que tudo corra bem. E você supere isso. Um abraço, Renato...

ANTONIO NAHUD disse...

Preciso revê-lo. Lembro que fiquei emocionado ao vê-lo na tevê.

O Falcão Maltês

Unknown disse...

MELHOR AINDA E O LIVRO QUE MOSTRA MUITO MAIS DETALHES MAS FILME TBM E MUITO BOM

Unknown disse...

melhor ainda e o livro que mostra com mais detalhes a vida dos quatro garotos mas o filme e muito bom tbm.

Jackson disse...

Principalmente quando o "amigo" era mais que um amigo.